Uso da cannabis para tratar endometriose
A endometriose causa dor intensa e atinge cerca de 6 milhões de mulheres no Brasil. O diagnóstico pode ser difícil e as opções de tratamento escassas. No entanto, a pesquisa científica têm chamado a atenção para uma importante aliada no tratamento da doença: a cannabis. Pessoas de todo o mundo usam a cannabis para tratar endometriose, cólicas menstruais e outras complicações ginecológicas. Nas últimas décadas, o THC e o CBD demonstraram ser terapias eficazes e com, relativamente, poucos efeitos colaterais.
Como a cannabis pode ajudar?
Uma razão pela qual a comunidade científica tem se interessado pela cannabis para tratar endometriose é a recente descoberta de que o sistema endocanabinoide do nosso corpo é essencial para o funcionamento saudável do trato reprodutivo.
A pesquisa atual revela que os canabinoides podem tratar a endometriose de diversas formas, incluindo:
- Parar a proliferação celular
- Impedir a migração de células
- Inibir a vascularização da lesão (vasos sanguíneos)
- Inibir a inervação da lesão (nervos)
- Síntese de bloqueio de prostaglandinas inflamatórias
- Modular a resposta imune
- Nervos dessensibilizadores que transmitem dor
Desequilíbrios no sistema endocanabinoide estão frequentemente associados a complicações e doenças reprodutivas – incluindo a endometriose. A pesquisa indica que o uso dos canabinoides com acompanhamento médico pode fazer uma enorme diferença na saúde do sistema reprodutivo e consequentemente no bem-estar da mulher.
Canabinoides e a multiplicação celular
Normalmente, seu corpo possui ferramentas para impedir o crescimento células anormais e destruí-las (apoptose) antes que elas se tornem um problema. Infelizmente, a apoptose parece estar prejudicada em pessoas que sofrem de endometriose e distúrbios semelhantes.
O sistema endocanabinoide está envolvido na apoptose e na interrupção do crescimento celular. Talvez a aplicação mais famosa dessas propriedades seja nos tratamentos contra o câncer. Quando certos receptores canabinoides são ativados (seja pelos endocanabinoides do corpo ou pelos canabinoides de origem vegetal), eles podem impedir a multiplicação das células cancerígenas.
Pesquisas semelhantes mostraram que a ativação desses receptores inibe a proliferação do tecido endometriótico em camundongos.
Enquanto o CBD bloqueia a ativação do receptor GPR18, que pode impedir a migração de células endometriais, também há evidências apontando que o THC causa a migração de células ao ativar esse receptor. Por esse motivo, pode ser aconselhável neutralizar o THC para aliviar a dor com o CBD no tratamento da endometriose. As células endometriais se multiplicam, como o câncer, e também há evidências de que os canabinóides também podem impedir a proliferação dessas células.
A dor da endometriose é o aspecto mais impactante da doença para a maioria das mulheres. Uma dor, muitas vezes completamente debilitante – e que para muitas mulheres se estende para fora da menstruação ou com uma duração maior da menstruação. Mas a cannabis, mais uma vez, pode ajudar combatendo a dor de várias maneiras.
O THC é capaz de desativar os nervos nas células endometriais por meio de receptores endocanabinoides. O CBD também possui propriedades que dessensibilizam o receptor de dor TRPV1. Além disso, o CBD tem a capacidade de combater a inflamação, o que leva a menos nervos irritados e, portanto, menos dor.
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O que é endometriose?
A endometriose é um distúrbio em que o tecido que normalmente reveste o útero cresce fora do útero.
Quais são os sintomas da endometriose?
Os sintomas da endometriose incluem dores locais, menstruação anormal, dolorosa, intensa e irregular. Além de constipação, incapacidade de esvaziar o intestino, náusea ou quantidades excessivas de gases. Também é comum infertilidade, plenitude abdominal, sangramento vaginal anormal ou sensibilidade à dor.