Tratamento para dor crônica: como a cannabis pode ajudar
A dor crônica é uma realidade bastante familiar para os brasileiros – cerca de 37% da população convive diariamente com essa condição. Caracterizada pela persistência – ou recorrência – por pelo menos três meses consecutivos, ela traz consequências físicas, psicológicas e até mesmo sociais para seus portadores.
Isso porque, além do desgaste diários de dores agudas, muitos pacientes ainda precisam lidar com as limitações da doença e complicações como depressão e ansiedade.
Embora existam tratamentos mais populares, como uso de medicações analgésicas e técnicas de medicina integrativa, atualmente há alternativas tão eficazes quanto, como, por exemplo, a cannabis medicinal. E o melhor: o tratamento já é possível no Brasil!
Descubra como a cannabis pode ajudar no tratamento de dor crônica, quais os seus benefícios para o paciente e quando indicá-la. Entenda também como se tornar um prescritor da planta e inclui-lá como ferramenta terapêutica no seu consultório.
Benefícios da cannabis para a dor
A dor pode ser entendida como uma experiência subjetiva e complexa, composta por inúmeros fatores, o que torna a criação de novos alvos farmacêuticos um processo difícil.
Contudo, a cannabis medicinal já está disponível como uma alternativa eficaz e devidamente regulamentada pela Anvisa. A planta contém diversos componentes químicos, incluindo mais de uma centena de canabinoides, além de outros ingredientes ativos, como os terpenos.
São suas propriedades analgésicas, anti-inflamatórias, antifúngicas, antibactericida, osteoindutora, que tornam a cannabis tão benéfica para diversos tratamentos, entre eles, o da dor.
Um estudo recente mostrou que, em comparação com o placebo, os medicamentos à base de cannabis fornecem alívio moderado substancial da dor, reduzindo sua intensidade e auxiliando no problema de sono e sofrimento psicológico.
O THC ainda possui efeito vasodilatador, broncodilatador e antiespasmódico, além de estimular o apetite e reduzir significativamente os sintomas de náusea. Já o CBD pode atuar no sistema imunológico – graças às propriedades anti-inflamatórias.
Além de tais propriedades, o uso da cannabis pode ser uma alternativa vantajosa na redução de tratamento com opioides. Isso porque tais medicamentos são responsáveis por diversos efeitos colaterais, como, por exemplo, sonolência durante o dia, constipação e, até mesmo, dependência química.
A cannabis medicinal ainda tem a vantagem de não possuir uma única via de administração, podendo ser encontrada na forma de óleos, tópicos e até comestíveis.
Cannabis para o tratamento de dores crônicas
De acordo com o Manual MSD, a dor crônica, relacionada com lesão tecidual, pode ser resultado de lesão contínua ou disfunção do sistema nervoso, central ou periférico. Esse tipo de dor tende a persistir por pelo menos três meses e pode provocar sinais vegetativos, como distúrbio de sono, constipação intestinal, etc.
Apesar de muitas vezes ser causada pelo envelhecimento normal, ela também pode surgir a partir de doenças crônicas, lesões e doenças primárias.
É justamente considerando a complexidade de tais condições – e as evidências farmacológicas da cannabis -, que cada vez mais estudos buscam relacionar a planta com o tratamento de dor crônica.
Uma pesquisa publicada na National Library of Medicine, relata que vários ensaios tiveram resultados positivos para o uso de canabinoides em condições de dor crônica. Os pesquisadores sugerem que a cannabis pode ser eficaz no tratamento de alguns tipos de dor crônica, incluindo a neuropatia.
Dentre os tipos de dores crônicas com potencial de tratamento com cannabis estão:
- Fibromialgia
- Dor neuropática
- Cefaleia crônica
- Hérnia de disco
- Artrite
- Osteoartrose
Como prescrever cannabis medicinal para dor
O uso da cannabis como alternativa de tratamento médico – e até mesmo odontológico – já é uma realidade no Brasil. Não é atoa que houve um crescimento de 554% da prescrição médica de canabinoides no país.
É por isso que é cada vez mais imprescindível que os profissionais de saúde busquem se especializar na cannabis medicinal, não apenas para se alinhar com a “medicina do futuro”, mas para oferecer a melhor qualidade de vida possível para seus pacientes.
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