A cannabis pode fazer mal para o meu paciente?
Durante muito tempo, acreditou-se que a cannabis mata neurônios, que ela é a porta de entrada para outras drogas e por aí vai. Mas afinal, a cannabis faz mal? Quantas dessas afirmações encontram respaldo na realidade?
Primeiro é importante ressaltar que essa não é uma pergunta simples, pois a planta possui mais de 400 compostos que podem ser usados para uma série de finalidades.
Quando falamos em uso terapêutico da cannabis com acompanhamento médico, a utilização costuma ser bastante segura e com pouquíssimos efeitos colaterais.
Por outro lado, saber a procedência do produto utilizado também é um fator muito importante para experimentar o máximo dos benefícios que essa opção de tratamento é capaz de oferecer.
Sistema Endocanabinoide
Para entender melhor isso tudo, é importante saber como a cannabis funciona no organismo.
Ela age através de um sistema do nosso corpo chamado Sistema Endocanabinoide, que é como uma central de controle que se comunica com todo o organismo e trabalha para manter tudo em equilíbrio: o sono, fome, humor e muito mais.
Isso significa que, após o consumo dos derivados da planta, é possível sentir mais ou menos apetite, dormir melhor ou pior, se sentir mais ou menos ansioso. E isso só para começar.
Se sentir mal com a utilização pode ter relação com os efeitos que o paciente não quer sentir, e que podem ser facilmente controlados com acompanhamento médico.
Por exemplo, se o paciente iniciou o tratamento e está com sono durante o horário de trabalho, muitas vezes é apenas o caso de alterar a dose e/ou o horário do dia para a administração de cannabis medicinal.
Afinal, a cannabis faz mal?
A cannabis é útil para tratar uma série de condições médicas. Até mesmo para combater o estresse. Porém o uso exagerado ou indevido pode acarretar em malefícios. Entenda.
O Tetrahidrocanabinol (THC), por exemplo, é o principal canabinoide que gera os efeitos de “alta” da cannabis. Quando usado de forma errada, ele pode prejudicar temporariamente a memória e aumentar a ansiedade.
Ou seja, a cannabis não faz mal, mas alguns tipos de uso sim.
Fumar: O uso fumado regular, pode acarretar os mesmos problemas respiratórios de alguém que fuma cigarros. Então, não: fumar cannabis não é uma opção saudável de uso a longo prazo.
Dose inadequada: Começou um tratamento e percebeu algum efeito indesejado? Pode ser o caso de alterar a dosagem. Você pode orientar o paciente sobre a necessidade de aumentar ou diminuir a sua dose.
THC em doses mais altas que o necessário: O uso do THC é polêmico entre médicos e pacientes, mas a verdade é que, quando bem utilizado, ele pode ser um grande aliado da saúde e qualidade de vida. No entanto, seu uso em quantidades superiores ao ideal, pode trazer desconfortos.
Além disso, é importante ter conhecimento sobre as contraindicações.
Por outro lado, o mesmo composto pode ser útil, mesmo de forma fumada, para condições como:
- Dores neuropáticas e crônicas;
- Alzheimer;
- Parkinson;
- Fibromialgia;
- Esclerose Múltipla;
- Anorexia;
- Artrite e muito mais.
Embora o Canabidiol (CBD) seja útil para uma série de condições médicas, ele também tem seus efeitos colaterais, que podem variar desde diarreia a queda de pressão, boca seca e cansaço.
Efeito comitiva
Contudo, o THC também pode ser usado junto com o canabidiol ou até mesmo com outros canabinoides menos conhecidos, como CBG e CBN. Alguns produtos à base de CBD levam, pelo menos, 0,3% de THC e há um propósito para isso.
Os canabinoides juntos têm uma eficiência diferente do que quando usados separados. Pesquisas mostram que unidos, podem chegar a uma potência terapêutica 10 vezes maior. Isso é chamado de Efeito Entourage, também conhecido como Efeito Comitiva.
Sem contar que o CBD tem o poder de inibir os efeitos negativos do THC e ainda, prolongar a ação terapêutica.
Em um estudo realizado pela Western University no Canadá, mostrou que o CBD é capaz de reverter comportamentos relacionados à ansiedade e dependência, causados pelo THC.
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