Cannabis e saúde da mulher: 5 formas de impacto nas questões femininas

Published On: 12/05/20225.5 min read

O olhar para a saúde da mulher exige equidade. Isso porque a mulher tem demandas diferentes dos homens, principalmente quando se trata do sistema reprodutivo e até mesmo questões sociais que geram mais estresse, deixando as mulheres mais propensas a desenvolver doenças mentais, como a depressão e a anorexia. Veja como a cannabis e saúde da mulher tem tudo a ver.

Dor menstrual e TPM

A fase reprodutiva da mulher carrega diversos desafios. Entre eles, as cólicas menstruais e a famigerada TPM (Tensão Pré-Menstrual).

Para reduzir os desconfortos causados por essas alterações hormonais cíclicas que a maioria das mulheres passa todos os dias, existe uma série de opções de tratamentos com Cannabis, que vai de óleos, cremes supositórios e até absorventes internos infusionados com canabidiol.

Este é mais um caso em que Cannabis e saúde da mulher se mostram grandes aliadas na luta pelo bem-estar.

Câncer de mama

Aproximadamente, 2,3 milhões de novos casos de câncer de mama foram estimados em 2020 no mundo todo, além de ser a causa mais frequente de morte por câncer entre as mulheres. O INCA (Instituto Nacional de Câncer) estima que ocorrerão 66.280 casos novos da doença em 2022, sendo a primeira causa de morte por câncer em mulheres no Brasil.

Portanto, o caso é sério e exige muita atenção da ciência. E entre essas buscas por tratamentos está o uso da Cannabis no tratamento do câncer de mama.

Um dos grandes avanços na  pesquisa do câncer de mama aconteceu em 2007, um pesquisador mostrou que o canabidiol (CBD) pode ajudar a combater as formas mais malignas da doença.

Uma revisão realizada em 2012, realizada por pesquisadores da Universidade Complutense-CIBERNED-IRYCIS, em Madrid, na Espanha apontou que os canabinoides que interagem com os receptores do sistema endocanabinoide, o CB1 e o CB2, possuem atividade antitumoral. Esses canabinoides são o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD).

Amamentação

A chegada de um novo ser na família acarreta mudanças profundas na vida de todo mundo, principalmente da mulher. A fase do puerpério é narrada como uma das fases mais delicadas nesse princípio de jornada. Portanto, é comum buscar forma de aliviar o estresse, as dores no corpo, a ansiedade e até mesmo uma possível depressão.

Acontece que esse também é, geralmente, o período da amamentação, então, será que a Cannabis medicinal pode ser usada nesta fase para mitigar os impactos emocionais e físicos dessas mulheres?

Bom, neste caso, recomenda a abstinência da planta durante a gestação e no pós-parto para proteção completa do feto e do bebê, uma vez que existem riscos relatados em estudos, mesmo que eles ainda não sejam claros quanto aos efeitos reais e os problemas que podem ser desencadeados perante a ingestão de canabinoides, principalmente do THC, o psicoativo da planta, responsável pela alta.

É altamente recomendado falar com um profissional da saúde especializado na prescrição da planta para tirar todas as dúvidas que envolvem essa fase e entender com ‘casar’ a Cannabis e saúde da mulher neste caso.

Fertilidade

Imagina que, no mundo, de 50 a 80 milhões de pessoas no mundo podem ser inférteis e que metade delas é mulher, de acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde). O resultado diante de uma situação como essa pode ser ansiedade, depressão e frustração.

Ainda há muito chão para a ciência chancelar os efeitos da Cannabis sobre a infertilidade, mas já há pesquisas que podem nortear profissionais da saúde e pacientes na hora de usar ou não a Cannabis.

No caso das mulheres, uma revisão publicada Journal of Ovarian Research concluiu que os efeitos dos canabinoides podem interromper o equilíbrio das funções químicas do Sistema Endocanabinoide nos processos reprodutivos femininos e levar à infertilidade a partir da desregulação da função ovariana.

Outra pesquisa mostrou que óvulos expostos ao THC tem a produção viável de embriões prejudicada, sendo menos propensos a resultarem em uma gravidez também viável.

Então, quem está com dificuldade para engravidar, deve evitar o uso da planta ou averiguar os riscos com uma pessoa profissional prescritora que esteja apta a fazer a relação entre Cannabis e saúde da mulher.

Anorexia e bulimia

O efeito do ato de comer pode variar entre as pessoas. Além de nutrir o corpo, a comida pode induzir sentimentos de medo e ansiedade, tornando o simples fato de se alimentar em um transtorno, podendo desencadear em transtornos como a anorexia e a bulimia.

E esse cenário se agrava quando se trata das mulheres, que sofrem pressões estéticas todos os dias. Mas não são apenas questões sociais que estão em jogo. Estudos têm evidenciado que a anorexia também está ligada a um desequilíbrio do sistema endocanabinoide.

Pesquisadores da Katholieke Universiteit Leuven, na Bélgica, investigaram, por meio de tomografia, o sistema endocanabinoide no cérebro de 30 mulheres com anorexia e bulimia. O estudo descobriu que o sistema endocanabinoide, na parte responsável pela integração do sabor dos alimentos com a resposta emocional à alimentação, era menos ativo nas mulheres com esses transtornos.

Portanto, o uso da planta pode ser uma opção para as mulheres que buscam tratamento para esses transtornos alimentares, fazendo a relação Cannabis e saúde da mulher valer a pena.

Endometriose

Cerca de 7 milhões de mulheres sofrem de endometriose no Brasil e mais de 180 milhões no mundo todo, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde). Somente em 2019, 11 790 precisaram ser internadas por causa da endometriose no país, segundo dados da Febrasgo  (Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia).

Mais uma vez, a modulação do sistema endocanabinoide por meio do consumo da Cannabis Medicinal pode ser a chave para o tratamento dessa doença inflamatória.

Canabinoides são dotados de propriedades antiproliferativas e antifibróticas, além de seus efeitos psicogênicos e analgésicos e, por isso, são considerados promissores do tratamento da doença. É que apontou um estudo feito em camundongos pelo laboratório de imunologia da Université Paris Descartes, na França.

Esse é apenas um dos estudos que mostram potencial terapêutico quando o assunto é Cannabis e saúde da mulher.