CBD é “promissor” no tratamento da depressão, segundo estudo
A revisão concluiu que o CBD é um tratamento seguro para a depressão e o melhor: com poucos efeitos colaterais
De acordo com um novo estudo publicado no International Journal of Neuropsychopharmacology, há evidências crescentes de que o CBD (canabidiol) é um “candidato promissor” para o tratamento da depressão com poucos efeitos colaterais.
A revisão observa que, embora os efeitos antidepressivos do canabinoide tenham sido relatados anteriormente, os mecanismos de ação por trás desses efeitos ainda são pouco compreendidos.
“Portanto, este artigo revisa os alvos moleculares, a farmacocinética e a segurança do CBD”, escreveram os autores dos departamentos de farmacologia da Universidade de Nantong, do Primeiro Hospital Popular de Yancheng e do Hospital Jiangyin de Medicina Tradicional Chinesa – todos em Jiangsu, China.
O trabalho deles foi analisar artigos recentemente publicados sobre estudos experimentais e clínicos feitos com o canabidiol, concluindo que os efeitos parecem estar ligados ao papel do canabinoide na redução da inflamação e no aumento da neurogênese.
Poucos efeitos colaterais
Quanto aos alvos dos canabinoides no corpo humano, os autores escreveram que “os mecanismos receptores subjacentes aos efeitos do CBD são muito complexos e envolvem múltiplos receptores, incluindo receptores CB1, CB2, GPR55, 5-HT1A e PPARγ”.
A revisão pede mais estudos sobre os efeitos colaterais e possíveis perigos do uso de canabidiol, especialmente a longo prazo.
Mas ainda assim, reconhece que várias revisões sistemáticas e meta-análises de alta qualidade sobre a segurança do CBD foram conduzidas recentemente e concluem que o composto tem um perfil notavelmente seguro e são relatados efeitos colaterais menores.
“Por exemplo, após a exclusão de ensaios em epilepsia infantil, o único resultado adverso associado ao tratamento com CBD foi diarreia.” Escreveram.
Dificuldades
Por outro lado, o relatório observa, no entanto, que o uso terapêutico do CBD ainda é limitado por algumas das características do medicamento. Foram apontadas algumas questões como a “alta hidrofobicidade e muito baixa solubilidade em água”, por exemplo.
“O CBD também apresentou biodisponibilidade oral-gastrointestinal (oral-GI) excepcionalmente baixa”, acrescenta o relatório.
“Além disso, doses agudas únicas de canabidiol causam um padrão de resposta dose-resposta em forma de U invertido em humanos submetidos a um modelo experimental de ansiedade, tornando a janela terapêutica do CBD estreita.
Dadas tanto o potencial do canabinoide quanto a incerteza contínua em torno da dosagem e administração adequadas, os autores pediram mais estudos pré-clínicos e futuros ensaios clínicos.
As dificuldades de tratar pacientes refratários
Os autores disseram que a pesquisa sobre o CBD para depressão é especialmente importante porque as intervenções farmacológicas típicas nem sempre são eficazes para todos.
“As terapias psicológicas são eficazes no tratamento da maioria dos pacientes com depressão leve a moderada”, escreveram eles, “enquanto apenas uma pequena proporção de pacientes com diagnóstico de transtorno depressivo maior (MDD) é encaminhada para serviços de saúde mental e requer psicoterapia”.
Daqueles que precisam de medicamentos, continuaram os pesquisadores, “estima-se que 10-30% dos pacientes são refratários às intervenções padrão, mesmo após tratamento com múltiplos medicamentos”.
Enquanto isso, a ketamina, que a equipe descreveu como uma opção de tratamento emergente devido ao seu início rápido e robustos efeitos antidepressivos, carrega o risco de vários efeitos adversos, incluindo psiquiátricos, psicomiméticos, cardiovasculares, neurológicos e outros efeitos colaterais.
Outras terapias, incluindo a terapia eletroconvulsiva, podem causar comprometimento cognitivo, delírio, dor/lesão musculoesquelética e complicações relacionadas à anestesia, o que limita seu uso. “Portanto, o desenvolvimento de tratamentos novos e eficazes para a depressão é muito urgente e importante.” Escreveram.
Referências
Marijuana Moment
Artigo: A novel insight into the antidepressant effect of cannabidiol: possible involvement of the 5-HT1A, CB1, GPR55, and PPARγ receptors