Entrevista com Dr. Sady, médico especialista em dor e prescritor de cannabis medicinal
Entrevistamos o Dr. Sady Ribeiro. O profissional é especialista no tratamento de pacientes com dor, conhecedor da terapêutica canábica e com mais de 30 anos de experiência nos Estados Unidos da América, o Dr. Sady é um médico prescritor cadastrado na plataforma Dr. Cannabis e atende em São Paulo e em Juiz de Fora (MG).
Nesta conversa, ele conta mais sobre a sua experiência clínica e como descobriu na cannabis uma alternativa para seus pacientes.
Qual é a sua formação?
Sou mineiro com muito orgulho e me formei em medicina na Universidade Federal de Juiz de Fora do Brasil, me especializei em Reumatologia e em Medicina da Dor.
Como você descreve a sua trajetória profissional?
Depois de formado, passei um tempo na Inglaterra. De lá, segui para os Estados Unidos da América, onde meu diploma foi validado e trabalhei por 30 anos com medicina da dor. Os primeiros 15 anos me dediquei à Dor Oncológica no Texas e durante os 15 anos em Nova Iorque atuei, principalmente, com Dores Crônicas e Cefaleias.
Como começou o seu interesse pela terapêutica canábica?
Percebi que alguns pacientes apresentavam muitos efeitos colaterais ao seguirmos com a farmacologia clássica.
AS JANELAS TERAPÊUTICAS, QUANDO HÁ INDICAÇÃO FARMACOLÓGICA E O PACIENTE NÃO SOFRE COM OS EFEITOS COLATERAIS, ERAM MUITO RARAS E EU ME FRUSTREI COM OS TRATAMENTOS CONVENCIONAIS.
Os medicamentos apresentam limitações e muitos pacientes sofrem com os efeitos reversos. Busquei informações em artigos médicos, conversei com colegas que já prescreviam cannabis e fiz uma imersão em tudo que existia sobre o assunto na Holanda e no Canadá.
Em 2017, logo que houve a legalização do uso medicinal da cannabis em Nova Iorque, eu já tinha bastante interesse na terapêutica canábica e me inscrevi para receber a certificação. A partir daí, acompanhei o tratamento de mais de 30 pacientes que fizeram uso contínuo de medicamentos à base de cannabis e retornavam a cada dois meses para avaliações. Os resultados foram muito positivos.
Como você avalia esses resultados?
A dor neuropática é muito difícil de tratar, e eu passei a ouvir relatos de que as dores diminuíram consideravelmente após o uso de CBD que, em alguns casos, era combinado com THC em baixa dosagem.
APÓS O USO DE CBD OS PACIENTES TAMBÉM APRESENTAVAM EFEITOS COLATERAIS PRATICAMENTE IMPERCEPTÍVEIS E SEGUIAM BEM.
Outra constatação foi a de que o paciente que usa cannabis fica com uma dose mais estável. A partir do momento que estabelecida a dose, composição e posologia, ele não criava tolerância, portanto não eram necessárias doses cada vez maiores de medicação.
Você diria que a adaptação é sempre fácil?
Nem sempre. Há casos em que a primeira dose indicada não apresenta os resultados esperados. O profissional deve fazer modulações.
ÀS VEZES É NECESSÁRIO AUMENTAR A DOSAGEM, A CONCENTRAÇÃO E A FREQUÊNCIA DE USO, EM OUTROS CASOS É PRECISO DIMINUIR.
Por isso é importante acompanhar a evolução do paciente em tratamento com cannabis medicinal com visitas frequentes ao consultório.
Como você analisa a terapêutica canábica para pacientes que já tentaram diferentes formas de tratamento?
Após tantos relatos positivos de diminuição da dor, maior qualidade de vida, menores efeitos colaterais, me sinto muito motivado a prescrever a cannabis medicinal. Com esta alternativa de tratamento é possível preencher uma lacuna e um espaço necessário, principalmente, no controle farmacológico da dor.
A experiência de algum paciente lhe foi mais marcante?
Na minha experiência com a terapêutica canábica cheguei a acompanhar mais de 30 pacientes em Nova Iorque e no Texas. Há muitas histórias para contar, mas algumas marcam mais.
TIVE TRÊS PACIENTES TETRAPLÉGICOS QUE VOLTARAM À VIDA SOCIAL E ATÉ A FREQUENTAR A FACULDADE DEPOIS DE COMEÇAREM O TRATAMENTO COM CANNABIS.
Estes pacientes foram tratados e acompanhados por mim nos EUA. Eles ficaram tetraplégicos após sofrerem acidentes e voltaram à vida social depois de começarem o tratamento com cannabis. As famílias ficaram muito agradecidas, eram pessoas jovens que conseguiram reaver parte de sua autonomia com o controle da dor.
Qual o seu conselho para os médicos que desejam prescrever medicamentos à base de cannabis?
Meu conselho é para que estudem bastante, busquem conversar com colegas médicos que já prescrevem e sintam-se seguros com a terapêutica canábica. Sempre comece a administração com os seus pacientes devagar, acompanhe, faça anotações e vá aumentando as doses devagar e, se tiver que diminuir, que também seja de forma branda. Cada organismo interage de uma forma e é essencial analisar os resultados.
LEIA AQUI CONSELHOS GENÉRICOS DE PRESCRIÇÃO DE CANNABIS, POR DRA PAULA DALL’STELLA
Como tem sido a sua experiência com a Dr. Cannabis?
Estou bastante entusiasmado com a plataforma por facilitar os processos e me dar mais tempo para dedicar ao paciente. Com agilidade consigo prescrever via plataforma, a documentação já sai com as informações necessárias para que o paciente possa ter segurança para acessar o seu tratamento com cannabis.
A Dr. Cannabis também me dá segurança por trabalhar de acordo com a legislação do Brasil. Como estive muitos anos no exterior, voltar ao Brasil e ter um respaldo como esse é muito importante para que eu continue a prescrever medicamentos à base de cannabis.
Diplomate of the American Board of Pain Medicine;
Advanced Diplomate of the American Academy of Pain Management;
Diplomate of American Board of Physical Medicine & Rehabilitation – Pain Medicine;
Diplomate in Headache – The United Council for Neurological Subspecialties;
Diplomate of the American Board of Addiction Medicine;
Fellow of Interventional Pain Medicine – World Institute of Pain.
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